Nesta foto de 1986, de autoria de Luiz Bettencourt, publicada no jornal O Globo, vemos a Estação de Marechal Hermes, no bairro que foi planejado pelo poder público, no início do século XX. À esquerda temos a Rua João Vicente, nas proximidades da Praça Montese, no início da Avenida Gal. Osvaldo Cordeiro. À direita a Rua Carolina Machado.
"A estação, construída em 1912, foi influenciada pelo modelo das ferrovias inglesas. Feito de tijolo maciço, o prédio é resultado de um período arquitetônico eclético. Sua estrutura é marcada pela presença de telhas francesas, quatro fachadas, amplas coberturas e detalhes em azulejos de origem alemã e belga e arcos de ferro fundido franceses.
Inaugurada durante o Governo de Marechal Hermes da Fonseca, então Presidente do Brasil, a estação não guarda somente lembranças de valor arquitetônico. Foi graças a ela que o bairro operário batizado com o nome do presidente se desenvolveu.
As obras de duplicação da estrada de ferro, no mesmo período, também possibilitaram a integração da região, considerada de difícil acesso, ao Centro do Rio. No rastro das reformas vieram as novas moradias, o comércio, a urbanização e o saneamento.
A história de Bangu está intimamente ligada a Fábrica de Tecidos Bangu, que possibilitou grande parte dos avanços ocorridos na região. O Bangu Shopping não poderia deixar de descrever esta trajetória marcante. Abaixo você conhece um pouco da história da Fábrica desde sua fundação até os dias atuais.
No dia 06 de Fevereiro de 1889 foi constituída a Fábrica de Tecidos Bangu, com o nome de Companhia Progresso Industrial do Brasil. No dia 08 de março de 1893 a Fábrica foi inaugurada e a partir de então, o espaço rural existente foi se modernizando rapidamente, trazendo desenvolvimento para a região.
A Fábrica foi uma das principais responsáveis por importantes obras, como a Estação Ferroviária de Bangu, o ramal ferroviário de Santa Cruz e a fundação da Paróquia de São Sebastião e Santa Cecília. Além da construção de casas, vilas e ruas com nomes homenageando áreas da Fábrica, como Rua das Cardas, Rua dos Tintureiros, Rua da Fiação e Rua dos Tecelões. Alguns nomes permanecem até hoje.
A Fábrica implementou não só melhorias urbanísticas, mas também cultura e educação através da fundação da primeira escola do bairro, o Bangu Athletic Club, a Sociedade Musical Progresso de Bangu, transformada posteriormente no lendário Casino Bangu, entre tantas outras novidades impulsionadas pelo sucesso da Fábrica que, através da tecnologia industrial no segmento de tecidos, projetou o bairro de Bangu para cena mundial como grande pólo produtor de moda.
Nos anos 40, um Bangu urbanizado despontava como um dos bairros de maior progresso do subúrbio carioca, trazendo à cidade modismos, expressões, lições de elegância e até as inesquecíveis misses Bangu, símbolos de uma era de glamour para todo Rio de Janeiro.
Com o passar das décadas, a atividade têxtil foi decaindo, outros empreendimentos foram se instalando na região e a influência da fábrica diminuindo.
Em 05 de fevereiro de 2004 a Fábrica encerra suas atividades e o bairro perde sua função fabril e assume função comercial e residencial. Em 2000, o prédio da Fábrica é tombado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), de acordo com a lei 3086 de 02 de Agosto, mostrando assim sua importância, não só para o bairro de Bangu como também para a cidade do Rio de Janeiro.
Fonte: http://www.bangushopping.com
O nome do bairro é em homenagem ao antigo proprietário de suas terras, Brás de Pina, que tinha um engenho de açúcar no século XVIII, estando ligado também a pesca das baleias. A fazenda se estendia até às margens da baía da Guanabara. Construiu o antigo Cais dos Mineiros, para poder escoar tanto os seus açúcares quanto o "azeite" (óleo) de baleia, usado na iluminação pública. Atualmente o bairro é dividido pela linha férrea, que foi inaugurada em 1886, e é cercado por muitas favelas.
Fonte: site da CBTU sem data.
Na foto tirada por Chico Ybarra, em 1984, e publicada no jornal O Globo, vemos o Centro de Madureira, que mudou pouco desde então. As fachadas dos prédios comerciais se mantêm praticamente inalteradas. No local onde estão as árvores, à esquerda, hoje existe um comércio popular.